Os problemas da candidatura presidencial de algum herói nacional 72bt

Os problemas da candidatura presidencial de algum herói nacional 72bt

Samba de uma nota só não dá enredo 4o1g6r

Dois (ex) heróis nacionais

O novo Luciano Huck se chama Sérgio Moro. Sempre que o assunto é eleições presidenciais existem nomes que saem de cena mais rápido do que aparecem. Silvio Santos, Joaquim Barbosa, Datena e uma infinidade de alcunhas que o público, devido a algum fato corriqueiro, sugere que se candidatem para "salvar" o país. Mas por qual motivo a tal candidatura nunca acontece?

Vamos aos dados. O Brasil tem 209 milhões de habitantes e 147 milhões de possíveis eleitores. Talvez seja o país mais heterogêneo do mundo: disparidades econômicas gigantescas, multirracialidade, multiculturalidade, multirreligiosidade, multipartidarismo, extensão geográfica continental, diferenças climáticas e outro sem fim de adjetivos abrangentes que poderíamos citar. É muito difícil agradar boa parte da população com qualquer posicionamento que se tome. Então, qual o perfil do "herói nacional" do momento – Moro - ? Moralidade.

Moro, a princípio, entraria como o candidato de uma nota só. Defendendo algo que o eleitorado acredita ser necessário para o país e para um candidato – moral e ética. Porém, o processo eleitoral tende a esvaziar candidatos de uma nota só. O que Moro pensa sobre as mudanças da CLT, contra ou a favor? Vai se filiar a um partido de direita ou esquerda? Os empresários e os trabalhadores querem saber. E sobre aborto? As evangélicas e a ala feminista mais extremada quer saber. E sobre agricultura extensiva? O MST, os ecologistas e os produtores rurais querem saber. E sobre isenção tributária dos templos? Os pastores e os ateus querem saber. E sobre intervenção de preços ou privatização da Petrobras? Os caminhoneiros e os gestores de fundos de ações querem saber. E sobre o casamento gay? Os gays e os conservadores querem saber. E sobre reforma tributária? Quem sairá perdendo? Os paulistas querem saber, e os nordestinos também. E a legalização das drogas? É bom nem perguntar. Fora estas perguntas há problemas logísticos imensos que operam durante a campanha.

Em suma, o processo eleitoral tende a "humanizar" o candidato. E não humanizar no sentido de dar um coração humano a ele, e sim no de expor todas as opiniões, desvios e interpretações que uma pessoa possui das questões nacionais, sendo elas fúteis ou não. Por este motivo, e outros, candidatos de uma bandeira só não aguentam uma eleição majoritária de abrangência nacional. Sair da zona de conforto sai muito caro. E não compensa. Melhor seguir sendo herói nacional do que descer para o parquinho de diversões eleitorais. Eles aprendem isto, cedo ou tarde. Mas aprendem. Escreveu certo poeta uma vez: "os grandes romances nunca aconteceram". E seguirão sem acontecer, e é por isto que são grandes romances.

 

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Sexta, 23 Mai 2025

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